Crato promove Festival Cariri da Canção

Começou ontem a etapa nacional do Festival Cariri da Canção. Ao todo, serão 24 concorrentes que irão disputar a classificação. Apenas 12 deverão participar da finalíssima que acontecerá no próximo sábado. O Festival reunirá, a partir de uma programação diversificada e dinâmica, artistas e personalidades do mundo da música em nível nacional. 17 dos musicistas e compositores que participam da programação vieram de outros Estados.

A meta é gerar um intercâmbio e ações culturais nas principais cidades da macrorregião Cariri/Centro-Sul. Este ano, o Festival surgiu da iniciativa de fortalecer o turismo cultural e de conhecimento do Nordeste. Mesmo acontecendo em um período de baixa estação turística, a festa já se configura como o maior evento da música no Cariri. Consegue reunir, por noite, mais de duas mil pessoas.

Vitrine

O Cariri da Canção serve de vitrine para divulgar os músicos da região. Incentiva a produção local em maior escala, cria ideias de novos arranjos e resgata a essência da música regional. Considerando a abrangência do festival, a edição de 2011, recebeu mais de 250 inscrições de músicos de todo o País.

Além das apresentações artísticas, o Festival se propõe a desenvolver uma série de eventos paralelos, como oficinas de capacitação nos diversos seguimentos da música, palestras e vivências que possam dar suporte à continuidade e a evolução do movimento musical na Região do Cariri.

A história do festival começou na década de 80, quando era realizando, no Crato, o Festival Chapada Musical do Araripe (Chama). Este evento consagrou músicos como João do Crato, Luiz Carlos Salatiel e Cátia de França.

Após 16 anos, a maior festa da música da região foi repaginada e hoje, em sua IV edição, que é promovida pela Prefeitura do Crato, com realização da Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude e Sociedade Cariri das Artes, apresenta uma nova roupagem.

Para a secretária municipal de Cultura, Danielle Esmeraldo, a cena da música local se transformou. "Desde que esse festival vem acontecendo, a gente percebe que o mercado da música regional está despontando pelo Brasil afora e isso é fundamental para o crescimento dos nossos artistas", afirma.

O diferencial do Festival Cariri da Canção é a mistura de estilos envolventes. As canções classificadas são cantadas nos ritmos da música popular brasileira, pop rock, forró, jazz que se fundem com a tradicional música regional.

Os artistas tentam concorrer e se sobressair do movimento musical de massa. Durante os três dias da etapa nacional, todos os músicos serão analisados por um júri técnico, formado por profissionais da música de renome regional ou nacional, que avalia o potencial de cada artista. Após as eliminatórias, haverá shows de artistas locais, como Suzane Lucas, Dudé Casado, Tradução Cariris, entre outros nomes.

Incentivo

Segundo o jurado Antônio Queiroz, o festival é uma das ferramentas culturais de incentivo aos novos e já consagrados nomes da música regional.

"Vemos nesse espaço, a ampliação de novos horizontes para os músicos que enfrentam a falta de espaço no mercado por não fazer parte dos seguimentos massificados. Quem faz esse tipo de trabalho autoral merece mais que reconhecimento", considera ele. Na etapa estudantil que aconteceu entre os últimos dias 20 e 22, com a participação de 20 músicos, o grande vencedor foi Hermano Morais, de Juazeiro. Na categoria compositor e como melhor intérprete, Ana Paula Nogueira levou a melhor. Entre os dez finalistas, estavam crianças, adolescentes e adultos inscritos nas instituições escolares do Cariri.

Participação

250 Músicos de todo o País se inscreveram no Festival Cariri da Canção, edição 2011. Ao todo, serão 24 concorrentes que irão disputar a classificação. Apenas 12 participarão da final dia 29.

MAIS INFORMAÇÕES
Centro Cultural do Araripe (Reffsa), Rua Teopisto Abath, S/N
Crato - Região do Cariri
Telefone: (88) 3523.2365

A comissão das borboletas


























A Fundação Waldemar Alcântara lança mais um volume que dá sequência a seu "Projeto Obras Raras". Esse novo livro está sob a organização e apresentação de Antônio Luiz Macêdo e Silva, Francisco Régis Lopes Ramos e Kênia Sousa Rios. Trata-se de um diário de viagem, compreendendo os registros e impressões do Frei Alemão acerca de usos, costumes, clima, topografia do Ceará no século XIX.

Apartir da segunda metade do século XIX, a província do Ceará, por conta das explorações que contemplavam a Mineralogia e a Geologia, a Astronomia e a Geografia, a Etnografia, a Botânica - tudo acompanhado por registros pictóricos -, passou a integrar o mapa do País, no sentido de a Região Sudeste, onde se encontrava o poder central, dá-se conta, de modo mais incisivo, da existência de nossa terra, até então entregue apenas a uma visão exótica.

A passagem dessa Comissão Científica pelos espaços mais diversos do território cearense foi registrada pelo seu presidente e chefe da seção botânica, Freire Alemão, compreendendo um período que vai de 30 de maço de 1859 a 24 de julho de 1861, representando valioso documento por que se possa conhecer nossa História, bem como a representação que os de fora faziam de nossa gente.

Personalidades ilustres, hoje imortalizadas em diversas áreas do conhecimento e da produção literária, integraram essa comitiva: Guilherme Schüch Capanema - grande conhecedor das ciências físico-naturais; Manuel Ferreira Lagos - encarregado dos trabalhos da seção de Zoologia; a seção Etnográfica estava sob o comando do então já famoso poeta Gonçalves Dias, laureado por conta de sua produção de natureza lírica ou nacionalista.

O diário de Freire Alemão é, sobremaneira, um retrato vivo da então província do Ceará: veem-se juízos de valor ou simplesmente documentação acerca das singularidades do clima, do relevo, da culinária, dos elementos configuradores da paisagem ou da arquitetura, sem o esquecimento de notas orientadores dos usos e dos costumes.

Do ponto de vista da História do Brasil, de nossa organização enquanto povo e nação, a Expedição Científica também estava atrelada à ideia de unificação de nosso território. Como se sabe, houve, em especial nas terras do Norte e do Nordeste, logo após a Independência, uma série de movimentos de caráter separatista, como, por exemplo, em terras do Ceará, a Confederação do Equador.

Nesse sentido, talvez houvesse, nas teias subjetivas do projeto, o desejo de apresentar um Brasil esquecido aos outros brasileiros, mais próximos do progresso e do desenvolvimento, por isso mesmo talvez integrante de um outro Estado: "É notável como o povo do Ceará entende a sua nacionalidade: para eles o Brasil é o Ceará, os mais provincianos são estrangeiros. Ontem o nosso irmão do Franklin, conversando com o Manoel, disse: ´Vieram os senhores a este nosso Brasil´. O sujeito que nos hospedou à margem do Pirangi, conversando conosco nos confundiu com a gente da Europa". (p.61)

Uma outra temática se apresenta como grande fonte de preocupações é, sem dúvida, a da seca. Lancetado por espadas de fogo, o Ceará, com muita frequência, enfrentava grandes mortalidades. E mesmo que a seca ganhasse, por conta dos depoimentos de testemunhas, destaque nacional, os esforços do poder central no que diz respeito ao combate a essa fatalidade eram, até então, insignificantes. Porém, a partir da vinda daquela Expedição Científica, "O tema da seca passa a ser o principal elo entre a província do Ceará e o governo central. Com a supremacia dos estudos científicos de caráter pragmático, o Ceará passa a ser entendido como um problema a ser resolvido pelo saber da mineralogia, geologia, botânica, zoologia e astronomia". Sob o ângulo da ideologia, tais conhecimentos minariam os perigos dos estudos políticos e filosóficos por sobre o governo.

Ao longo do diário, há todo o tipo de registro; alguns de natureza cômica, quase disseminando o ridículo: "Chegamos a Messejana às seis horas e meia, indo conosco o Dr. Assis. Logo que chegamos nos apresentamos ao suplente de subdelegado, que estava em camisa e ceroula, na frente de sua taverna". (p.37) Em outros momentos, evolam-se aspectos da topografia: "O vale do Jaguaribe e provavelmente o do Mossoró são dignos de estudo: as planícies vulcânicas que neles se manifestam, as grandes ossadas que aí se têm descoberto e seguramente as muitíssimas que ainda estão ocultas, o tom variado que dá certos terrenos etc, tudo espécie explorada, seguidas semelhantes". Vem depois a aridez do Apodi. Esse livro, como um todo, é de uma riqueza sem igual, leitura que alimenta.

Coletivo Camaradas realiza mais uma ação na Comunidade do Gesso no Dia das Crianças

O Coletivo Camaradas juntamente como a Comunidade do Gesso, Centro Cultural do Banco do Nordeste, Casa Harmônica, Sociedade Cariri das Artes e o Projeto Nova Vida realizarão, nesta quarta-feira, dia 12, em Crato, ação alusiva ao Dia das Crianças.
Com uma proposta pedagógica e lúdica, envolvendo arte e muita criatividade, “os camaradas” pretendem marcar a data levando para as crianças oficinas de artes, performances, intervenções urbanas e brincadeiras.Esse já é o segundo ano deste evento na comunidade e a expectativa é dobrar a participação de brincantes, artistas e voluntários este ano. Pessoas das cidades de Barbalha, Juazeiro do Norte e do Crato já se dispuseram participar como voluntários. O evento começa às 15 horas, com cortejo saindo da sede do Projeto Nova Vida em direção ao Campinho dos Meninos do Gesso. A expectativa é reunir mais de 50 voluntários fantasiados no cortejo.


VII Festival de Teatro de Fortaleza





























Com mais de 30 apresentações grátis, tem início, hoje, o VII Festival de Teatro de Fortaleza. "Ópera dos Vivos", da Cia do Latão (SP) é a primeira peça da programação.

A disputa por ingressos promete ser grande. São apenas 100 lugares disponíveis para conferir o espetáculo "Ópera dos Vivos", da Companhia do Latão (SP). A montagem abre a programação do VII Festival de Teatro de Fortaleza que tem início, hoje, e segue até o dia 16 de outubro.Finalista do prêmio da revista Bravo!, na categoria de melhor espetáculo do ano, "Ópera dos Vivos" resulta de dois anos de pesquisa da companhia. A peça combina teatro, música e cinema para abordar a produção cultural brasileira dos anos 60 até os dias atuais, tendo como fio condutor uma reflexão sobre a mercantilização do trabalho artístico atual."Nossa proposta é pensar sobre esse nível de especialização no fazer artístico hoje, o fato de se precisar de tanto dinheiro para produzir cultura", ressalta o diretor de "Ópera dos Vivos", Sérgio de Carvalho.Juntamente com as leituras e experimentos cênicos, a pesquisa envolveu entrevistas com mais de 30 artistas dos anos 1960, tais como Chico de Assis, João das Neves, Helena Ignez e Nelson Xavier, além de teóricos."Houve uma mudança de postura dos artistas brasileiros. Nos anos 60 eles questionavam até a própria instituição da arte, exerciam um olhar crítico. Hoje, esse posicionamento tem diminuído", lamenta Carvalho."Nas palavras da atriz Helena Ignez, por exemplo, no cinema atual, se caísse um meteoro no set não seria possível nem filmar, porque isso não estaria previsto na ordem do dia", critica."Ópera dos Vivos" dialoga com elementos que marcaram a cultura brasileira no período do golpe militar, como o Cinema Novo de Glauber Rocha, a experiência do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), e a Tropicália, entre outras referências. O ensaio "Cultura e Política", de Roberto Schwarz, guiou a fase final da pesquisa."A peça tenta mostrar que essa mercantilização não é necessariamente uma emancipação. Ao contrário, pode até ser uma derrota", esclarece Carvalho. "Queremos entender porque esse processo acontece e o preço que se paga por ele, a contradição pesada que ele gera. Porque o artista não pode fingir que o mercado não existe, mas precisa manter um olhar crítico em relação a ele, e não simplesmente abastecê-lo".

Intimista

O espetáculo é composto por quatro atos - "Sociedade Mortuária", "Tempo Morto", "Privilégio dos Mortos" e "Morrer de Pé". Embora possam ser apresentados de maneira independente, juntos, eles dialogam e compõem um panorama da cultura nos últimos 50 anos do Brasil.A primeira parte, "Sociedade Mortuária", inspira-se na história das Ligas Camponesas surgidas no interior pernambucano, entre o fim dos anos 50 e os anos 60, a partir das associações de camponeses que se uniam para comprar caixões e ter enterros minimamente dignos.O segundo ato, "Tempo Morto" é, literalmente, um filme exibido no teatro. O terceiro ato, "Privilégio dos Mortos", discorre sobre o retorno aos palcos de uma cantora engajada que ficou três anos em coma. Na ocasião, quase todos os seus amigos já se dedicam à música pop.O quarto ato, "Morrer de Pé" baseia-se na situação de um grupo de pessoas produzindo uma minissérie nos anos 60, dentro de um estúdio de TV. Ao todo, o espetáculo tem duração de 4h30. "É uma peça muito especial da Latão, já fizemos três temporadas no Rio e em São Paulo", comemora Carvalho."Ópera dos Vivos" será encenada no Theatro José de Alencar. Devido ao caráter intimista, exige limitação no número de espectadores. Os 100 convites disponíveis serão entregues gratuitamente por ordem de chegada, uma hora antes do início da apresentação."Não temos condições técnicas de trazer um público muito grande, porque ele se move ao longo dos atos. Uma hora está dentro da cena, em outra, mais distante, na posição tradicional do palco italiano", explica o diretor da peça.

Espalhado

Além da Companhia do Latão, mais 30 apresentações gratuitas de grupos locais acontecem por diversos espaços da Cidade, no sentido de garantir o acesso de quem costumeiramente não frequenta as salas de espetáculo e o circuito das artes cênicas.A lista de lugares inclui escolas públicas e praças localizadas em territórios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Debates e ações formativas também estão previstas. Entre os grupos selecionados há nomes como Bicoleiros, Coletivo Cambada, Teatro Mimo e Teatro Máquina, entre outros.

Tirinhas do Dilbert!!













fonte: cafecompao.acholegal.com/tag/dilbert