Lenine abre 14ª Mostra Sesc Cariri de Culturas

“Isso é só o começo” – canção que abre e fecha o novo show de Lenine, intitulado Chão, dá o tom perfeito à nova fase da turnê. Desde março deste ano, o espetáculo foi visto em mais de 20 cidades brasileiras, passando também por Chile, Argentina e Uruguai. No dia 8 de novembro, o cantor estreia no Crato apresentando a turnê, na abertura da 14ª Mostra Sesc Cariri de Culturas. O show acontece na RFFSA, às 22h, e é aberto ao público.
A programação completa está em:


Millôr Fernandes: o Brasil está condenado à esperança

Jornal O POVO 07/07/2003

Às vésperas de seu aniversário não-oficial de 80 anos, Millôr Fernandes, o mestre do humorismo brasileiro, diz que nunca brigou com ninguém na imprensa brasileira e que a idade reduziu seu potencial a 30%.

Aos 18 anos, quando foi no cartório tirar a cópia da certidão de nascimento para finalmente fazer sua carteira de identidade, Milton Fernandes descobriu que, graças à caligrafia barroca do tabelião, seu nome fora registrado de um jeito diferente. No documento, a barra do t virara um acento circunflexo e o  n final ficara parecido com um r. Como a alteração do documento custaria 300 contos de réis, Milton achou por bem manter a nova grafia. Virou Millôr Fernandes. 

Como dramaturgo, Millôr escreveu alguns dos principais sucessos do teatro brasileiro nos últimos quarenta anos (Liberdade, liberdade; É; Os órfãos de Jânio; etc) e traduziu a fina flor da dramaturgia mundial: de Molière a Shakespeare, de Harold Pinter a Tennessee Williams. "Tudo o que não sei sempre ignorei sozinho. Nunca ninguém me ensinou a pensar, a escrever ou a desenhar, coisa que se percebe facilmente, examinando qualquer dos meus trabalhos", ele escreveu em Autobiografia de mim mesmo (1968), seu texto de estréia na revista Veja, onde trabalhou por 14 anos.

"Vivo para a frente e compreendo para trás", resume. Oficiais ou não, as comemorações pelos 80 anos do decano do nosso humorismo já começaram.

O POVO -Antes de mais nada, o senhor passou a preferir dar entrevistas por escrito. Por quê? 

Millôr Fernandes - Óbvio. Escrevendo sai o que escrevo, falando sai o que vocês bem (ou mal) entendem.

OP -Em se tratando de entrevistas, o senhor deve ter respondido (ou não) a muita pergunta besta. Ou pelo menos, digamos, curiosa. Alguma história nesse sentido? 

Millôr - Não digo bestas. As pessoas sabem apenas uma biografia minha, e eu não posso inventar outra. Muita coisa que digo me atemoriza de dizer falando porque se torna ofensiva a pessoas a quem não tenho o menor interesse em ofender. Não ofendo ninguém. Não ofendo nem a Sarney. Ele é que nos ofende.

OP - Este ano, o senhor completa oitenta anos (de fato, porque de direito é só no ano que vem). A passagem do tempo lhe incomoda? Como o senhor lida com isso? 

Millôr - O fato real é que completo 79. A confusão é uma longa história. Aceite a que achar melhor. A passagem do tempo me incomoda tanto quanto incomoda a quase todo mundo. Meu potencial foi diminuído a 30%, em todos os sentidos. Mas, pra só falar em libido, que é a que a maior parte das pessoas se refere quando fala em idade; você em algum momento chegou a usar 30% do seu potencial?

OP -Sei que, assim como a ideologias, o senhor tem ojeriza a nostalgia. Mas ainda assim queria falar um pouco sobre o passado. Qual a sua primeira lembrança como criança?

Millôr - Nostalgia é nostalgia. Nem sempre é má. Muitas vezes dá pra curtir. Só não dá quando a vida toda ficou lá atrás, e já não era grande coisa. Minha primeira lembrança foi quando minha mãe me deu à luz (com crase, por favor) e eu pensei: "Nesta o Freud sifu.'

OP - De que maneira a infância passada no Méier foi decisiva para a sua formação? Que lembranças o senhor traz daquele período? 

Millôr -Decisiva. O mundo é o Méier. A vida é o Méier. Muitas lembranças. Mas nem 30% (olha o percentual, de novo) de minha vida, lembranças, amores, estertores, estão ligados a isso.

OP - Apesar de ter nascido em 1923, o pai do senhor só lhe registrou no ano seguinte. Por que essa demora? 

Millôr - Já falei. E o registro é 24. Impossível saber, se até o nome não era meu nome.

OP - O nome Millôr nasceu de uma trapalhada do tabelião. Por que o senhor decidiu adotá-lo (o nome) no lugar de Milton? 

Millôr - Não trapalhada. O homem era um tremendo calígrafo e o nome ficou tão bem feito que virou outro. Adotá-lo foi apenas natural. Você hesitaria entre Milton e Millôr?

OP - A tua descoberta do desenho se deu com a chegada ao Brasil das histórias em quadrinhos, na década de 30. Como foi isso? Que histórias eram essas? Que personagens te marcaram? 

Millôr- Pra ser exato - 1934. Flash Gordon. Alex Raymond. Depois Milton Caniff. Depois Harold Foster. É só consultar a história dos quadrinhos com muito mais gênios do que muitas galerias de "arte".

OP - O início do profissionalismo se deu com a publicação, aos 14 anos, de um trabalho em O Jornal. Depois vieram A Cigarra e  O Cruzeiro. Quais foram suas primeiras lições de jornalismo? Como foram esses primeiros tempos de profissão? 

Millôr - A minha primeira lição de jornalismo: ganhar a vida. Tome ganhar a vida no mais amplo sentido da palavra. Mas, na verdade, a gente só pode dizer que ganhou a vida - os outros é que dizem - quando a perdemos definitivamente.

OP - Algumas leituras parecem ter lhe influenciado bastante: Shaw, Steinberg, Proust, Kant (de quem o senhor chegou a escrever uma biografia fictícia, em Tempo e Contratempo, de 1954). É por aí? Quem mais entra nessa lista? 

Millôr - Kant não, só brincadeira. Shaw, Proust, Guimarães Rosa, Augusto dos Anjos, não propriamente influências. Li tanto que as influências se diluem.

OP - Em 1948, o senhor trabalhou como correspondente de O Cruzeiro em Hollywood, onde conviveu com Vinícius de Moraes e Carmen Miranda. Que lembranças o senhor traz desse período? Alguma história pitoresca envolvendo o Vinícius? 

Millôr - Carmem Miranda e o marido, David Sebastian, jogando cartas comigo, sempre se riam de mim, quando eu dizia que eles estavam roubando (sheating) e dizia que eles estavam cagando (shiting). Vinícius, 36 anos então, me levou a uma festinha onde passou a noite namorando a moça numa cadeira de rodas. Cesar Lattes, o cientista, disputava nado comigo na piscina de Carmem Miranda. Lattes tinha a mesma idade que eu e acabara de descobrir o Meson PI. Me ganhava sempre.

OP - O senhor ostenta o título de vice-campeão mundial de pesca de atum sem nunca ter visto um atum fora da lata. Como foi esse episódio? 

Millôr - Uma infindável história, que resumo. Em Newfoundland (Canadá), no maior pesqueiro de atum do mundo, com 32 país disputando, três dias de pesca, de 4 da madrugada a 4 da noite, só a Argentina pescou um peixinho de oitenta libras, quarenta quilos. Todos os outros países foram segundo colocados e ganharam uma tacinha de latão. Mas de VICE.

OP - Foi a turma do senhor que, em Copacabana, inventou o frescobol. Como surgiu a idéia de inventar "o único esporte em que ninguém ganha"? 

Millôr - Como em tudo de que participei na vida, isso aconteceu. Não houve nada programado. Não houve nenhum gênio inventor da lâmpada. Quando percebemos estávamos jogando frescobol. E Deus viu que isso era bom.

OP - O senhor já passou por todos os grandes jornais e revistas do País. E também brigou com quase todos. Qual a sua relação com a grande imprensa hoje? Que avaliação o senhor faz da imprensa brasileira? 

Millôr - Nunca briguei com ninguém. Você acha que, se trabalho 25 anos numa revista, como superstar, e, quando viajo, a revista, não sabendo se livrar de um problema normal, escreve um puta editorial contra mim, estou brigando, então, conserve o seu emprego.

OP - A retomada do Pasquim pelo Ziraldo lhe agradou? 

Millôr - Não desagradou. A edição do Pasquim em 2001 é uma traição intelectual de um irrecuperável estupidez. Porque é uma traição intelectual. E porque a estupidez é visível. O fato de contar com alguns colaboradores de qualidade (poucos) não transforma aquilo em nada de valor como imprensa. 

OP - Qual o legado que o Pasquim original deixou para a imprensa brasileira? 

Millôr - É difícil medir. Mas não tem paralelo.

OP - Vamos falar do novo livro. A fábula, assim como o Hai-Kai, é um gênero que sempre esteve presente no teu trabalho. Como nasce o seu interesse por esse gênero? 

Millôr - Tenho interesse por tudo. Dos Hai-Kais só me lembro que comecei a fazer em 1946. Fábulas eu disputava com Esopo pra ver quem fazia melhor. Esopo, um moralista barato, me achava muito imoral.

OP - Qual o critério que o senhor usou na hora de reunir as fábulas desse novo livro? 

Millôr - Fui juntando e contando até 100. Devo ter mais trezentas. Não sou um intelectual. Sou um trabalhador braçal.

OP - Qual a moral desse livro? 

Millôr - Uma a uma. Nenhuma que, espero, seja conceito comum. Todas, espero, que venham a sê-lo.

OP - Quando se fala em fábulas, os primeiros nomes que vêm à tona (depois de Millôr Fernandes, é claro) são os de Esopo e La Fontaine. O senhor vê alguma semelhança entre o seu trabalho e o desses escritores? 

Millôr - Já disse alhures (!): são tias velhas.

OP - Certa vez, o senhor afirmou que qualquer idéia, com mais de seis meses, deve ser reformada. O humor do senhor, porém, (e essas fábulas, algumas das quais escritas há mais de quarenta anos, são sintomáticas disso) parece não envelhecer ou ficar datado. O senhor seria a exceção que comprova essa regra? 

Millôr - Que alguém me considere exceção é problema dele. Mas eu não falei isso. Falei parecido o que pode ser completamente diferente. A idéia deve ser checada, desconfiada, etcetera. Só o Lula e outros redentores pensam que vão modificar tudo, que está tudo errado. Tem muita coisa certa, eu, por exemplo, quando digo isto.

OP - Que avaliação o senhor faz desses seis primeiros meses do governo Lula? 

Millôr - Sinceramente, acho que a ignorância lhe subiu à cabeça. Mas isso não é seu pior defeito.

OP - O que se perdeu entre a esperança que venceu o medo no ano passado e o medo que hoje parece estar vencendo a esperança? 

Millôr - O medo não era meu. Era da Regina Duarte, refletindo outros. A esperança continua. Eu já disse: o Brasil é um país condenado à esperança.

OP - Sempre que o assunto é Millôr Fernandes, os comentários são sempre elogiosos. O senhor é sempre um dos maiores intelectuais, um dos maiores humoristas, um dos maiores desenhistas e por aí vai. Como o senhor lida com essa glória? 

Millôr - O pessoal se satisfaz com muito pouco. 

OP - Em A Bíblia do Caos, o senhor só reclama de não ser incompreendido o suficiente. Aos 80 anos, essa compreensão de sua obra aumentou ou diminuiu? E o senhor? Compreende a própria obra?

Millôr - Onde é que acaba a sinceridade profunda e começa o trocadilho - até mesmo inteligente?

OP - O que o senhor pode nos adiantar sobre seus próximos projetos? 

Millôr - Não, não tenho e nunca tive qualquer projeto. Talvez tenha alguma coisa que "entregar". Pode ser até que já tenha entregue sem saber. Vivo pra frente e compreendo pra trás. Outra vez a proporção - 30%.

Reportagem completa: 

Memórias

Nietzsche dizia que a memória tinha vantagens e desvantagens na vida. É certo que quem quiser viver bem, quem almejar de algum modo ser feliz, deverá provar o equilíbrio entre lembrar e esquecer. Mas o que devemos esquecer e o que devemos lembrar? Na busca de um meio-termo, mais vantajoso será guardar o que nos traz bons afetos e descartar o que nos traz maus sentimentos. Motivos para a infelicidade não faltam. Para poder buscar a alegria de viver é preciso olhar para a frente e reinventar a vida a cada dia. É essa invenção do presente que nos dará, no futuro, um passado do qual tenhamos prazer em lembrar... Por isso, contar histórias, fazer arte, ou seja, deixar-se levar pelas musas, continua sendo a melhor saída. A vida criativa é a única que evita o mau esquecimento e, por outro lado, a má lembrança que é o ressentimento. (Márcia Tiburi)

Cliente oculto medirá a qualidade

A partir de uma técnica norte-americana criada na década de 40 para avaliar os serviços de organizações e empresas, a Full Vision - Cliente Oculto está instalando-se no Cariri. A empresa é pioneira no Ceará com o serviço e já obtém destaque no comércio local. Os serviços são de análises e melhorias dos atendimentos aos clientes de vários segmentos, como hotéis, restaurantes, lojas no geral, concessionárias, shoppings e clínicas.



Empresas lojistas do Cariri poderão ser beneficiadas com o novo serviço de avaliação dos padrões de atendimento praticados pelos recursos humanos, bem como o nível dos produtos comercializados Fotos: Yaçanã Neponucena






A empresa objetiva implantar a cultura dos serviços de excelência nas vendas dos itens, além de registrar as experiências positivas de consumo.


Diante do crescimento econômico que está provocando, na região, a instalação de diversas filiais de marcas reconhecidas nacional e internacionalmente, a Full Vision percebeu a necessidade de adequar-se às novas demandas. O público-alvo da prestadora de serviço são as empresas que lidam diretamente com os consumidores.

Por meio de um banco de dados, com referência de pessoas que irão trabalhar como clientes ocultos por meio de um check list, é criada uma parceria com o contratante. O cliente oculto vai analisar aspectos como os atendimentos, cordialidade dos funcionários, limpeza do local, ambiente, entendimento do vendedor com relação a determinados produtos, organização e relacionamento laboral entre os colaboradores. Outros pontos como a resolutividade dos problemas, facilidade de informações, layout e atuação do concorrentes também poderão ser estudados.

Os objetivos principais dos trabalhos são maximizar as vendas, fidelizar os clientes e aumentar os pontos de qualidade do estabelecimento. Além de ser usado como ferramenta para a tomada de decisões pelo proprietário do negócio.

Como vantagens para o setor do comércio local, a Full Vision terá o compromisso de alavancar a qualidade dos serviços prestados pelos lojistas. Já para os clientes, a proposta é direcionar a atenção na qualidade, afim de que eles tornem-se satisfeitos após o processo de compras.

Atualmente, de acordo com dados da pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos Marplan, especializado em estudos de hábitos de mídia e consumo, em Juazeiro do Norte existem 11.148 empresas formalizadas; no Crato são 4.454; em Barbalha, 1.473; já em Brejo Santo, 1.403.

A meta da Full Vision é estar presente em todos os setores do comércio. Para isso, estão sendo feitos investimentos em publicidade e na implantação da cultura do cliente oculto. Nesta ferramenta, a empresa traz uma experiência inédita para a região. Recentemente, ela associou-se a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL- Jovem), onde busca desenvolver, por meio de parcerias, ações que tragam o crescimento logístico do setor.

A Full Vision está dentro de um universo de 18 novas empresas com perfil empreendedor, inovador e criativo que estão atuando no Cariri. Dependendo do quantitativo de estabelecimentos que contratarem as análises, a prestadora de serviços irá gerar empregos diretos e indiretos. Até agora, cerca de dez pessoas já foram inseridas no mercado de trabalho. Para os que desejam ser um cliente oculto, o cadastro pode ser feito gratuitamente pelo site http://www.fvclienteoculto.com.br/  Após o preenchimento dos formulários de informações, os colaboradores serão selecionados para realizarem pesquisas de campo.

O pagamento pode variar entre R$ 50 e R$ 300 por estabelecimento avaliado. Segundo o empresário e sócio-diretor, Douglas Rodrigues Feitosa, o perfil do cliente oculto é formado por consumidores que podem usufruir dos produtos e serviços e ainda produzir uma renda extra pela atividade.

A criação da Full Vision só foi possível após a realização de um intercâmbio do empresário no Canadá. Ainda como estudante de Administração, ele descobriu as técnicas das análises mercadológicas. Fez parte de redes de pesquisas, onde adquiriu experiência no ramo.

Orquestra de flautas divulga cancioneiro popular do NE


O som das flautas ecoa nas ruas do Bairro Guarani. São crianças e adolescentes descobrindo o prazer da música, arte que tem transformado comunidades pobres, em Campos Sales, na região do Cariri. São 300 alunos integrados pela musicalidade, 30 deles estão atuando na Orquestra de Flautistas Guarani, que, no ano passado, teve a oportunidade de lançar o primeiro disco, o "Som do Cariri", com músicas de compositores da região. Agora, terminaram as apresentações em homenagem aos 100 anos do cantor Luiz Gonzaga, com o show "Tocando o Mestre da Sanfona: 100 Anos de Luiz Gonzaga", por meio do projeto Sons que Transformam o Sertão.

A primeira de quatro apresentações aconteceu em julho passado, durante a festa do município. Eles também tiveram a oportunidade de lançar o trabalho no Centro Cultural Banco do Nordeste, instituição parceira do projeto. Mas os alunos, crianças e adolescentes de sete a 17 anos ainda vão percorrer outras cidades vizinhas.

Os meninos e meninas, vestidos com roupas regionais e chapéus de couro, levam na identidade visual das vestimentas o sentido da própria música que executam. O cancioneiro popular nordestino faz parte dos ensaios, que acontecem duas vezes por semana, na Associação Comunitária Guarani, organização não governamental que atua com um público em situação de vulnerabilidade social, de vários bairros da cidade, como o Guarani, Conjunto Santa Clara, Nossa Senhora da Penha e Barragem.

O trabalho de educação musical com as crianças vem sendo realizado desde 2002. A orquestra nasceu mesmo em 2005. E a coordenadora de projetos, Francisca Cícera Pereira da Silva Alencar, comemora os ganhos dos apadrinhados pelo Childfund Brasil (Fundo para Crianças), principal parceria para auxiliar na manutenção do projeto, voltado para 480 famílias.

As atividades executadas em salas de aulas envolvem instrumentos, desde a flauta doce, flauta transversal, percussão e zabumba. Cada uma das crianças da orquestra é acompanhada. O potencial dos pequenos passou a ser aproveitado, compondo aos poucos a orquestra.

Para Cícera, o mais importante é que os benefícios têm sido extensivos à família, que também é inserida na busca da reestruturação das pessoas mais carentes. "Com isso, temos tirado crianças das ruas, que poderiam ter ido para outros caminhos, como o das drogas", diz.

Alguns projetos da instituição, a exemplo da formação musical, tem recebido apoio do Governo do Estado. Além da orquestra, também foi formado o Quinteto de Flautas, um grupo mais seleto dentre os flautistas. Três dos integrantes fazem parte da orquestra.

Treinamento

As aulas de música são ministradas pelo professor e maestro Alex Bezerra. Ele tem aproveitado ao máximo o talento das crianças também para outros instrumentos, como a sanfona. Cerca de 20 integrantes da ONG estão aprendendo a tocar esse instrumento.

A associação também funciona como Ponto de Cultura Cantos de Griôs, fortalecendo as atividades socioculturais de crianças e adolescentes, por meio da inclusão social, buscando na arte e cultura o eixo para o desenvolvimento do projeto.

A parceria da instituição se estende também, além do Governo do Estado, ao Programa de Cultura do Banco do Nordeste e ao Criança Esperança.



Repertório variado
As primeiras apresentações instrumentais do grupo começaram timidamente, executando um repertório de gêneros musicais variados. Segundo a coordenadora de projetos, o foco sempre foi a divulgação da música popular brasileira e nordestina, retratando as diferentes emoções, evidenciando caminhos para a musicalidade.

Neste ano, através do apoio do Criança Esperança com o projeto Sons que Transformam o Sertão e do Banco do Nordeste, por meio do Programa de Cultura Banco do Nordeste (BNDES) - Edição 2012, a Orquestra de Flautistas Guarani homenageia uma das mais completas e importantes figuras da música popular brasileira, Luiz Gonzaga. Músicas como Asa Branca são executadas, além de outras canções conhecidas do Rei do Baião.

Novos horizontes
Uma das integrantes da Orquestra, Francisca Naira de Lima Ferreira, de 13 anos, toca flauta tenor. Desde os 10 anos, a garota faz parte da associação e há um ano passou a integrar a orquestra. "Além de aprender sobre música, não estou na rua sem fazer nada. Tenho a oportunidade de conhecer novas cidades nas apresentações e faço muitos amigos na orquestra", diz ela.

Há seis anos no grupo musical, Antônio Michel da Silva, de 15 anos, conta que se sente bastante feliz. Ele toca percussão e triângulo. Para ele, o grande ganho tem sido o de conviver em grupo, poder aprender sobre música, mas, acima de tudo, saber como se comporta uma pessoa com educação e respeito ao ser humano.

Oficinas
Segundo o jovem músico, são ganhos para a vida toda. Na entidade, são realizadas oficinas de formação musical com aulas teóricas e práticas, com os instrumentos de sopros, a exemplo da flauta, clarinete, saxofone, e também de cordas como o violão, contra baixo e cavaquinho.

Além da orquestra e do quinteto, a ONG conta com o grupo de chorinho, Guarani Choramingando, Orquestra Popular de Sopros e a Banda de Pífanos Angico. Complementando as atividades, são realizadas oficinas esportivas e recreativas. As crianças ainda contam com uma brinquedoteca e uma biblioteca itinerante, a Carroça do Saber.

O reconhecimento do trabalho da associação vem acontecendo há mais de dez anos. Em 2000, chegou a ser finalista do Prêmio Criança, da Fundação Abrinq.

Além das parcerias ao longo dos últimos anos, com o Governo do Estado e Banco do Nordeste, fez participações em vários festivais, esteve com apresentações em cidades da região e em Fortaleza. Ganhou também o Prêmio Areté, eventos em rede para a 1ª Mostra de Música Instrumental de Campos Sales.

O Prêmio VII Incentivo às Artes, da Secretaria de Cultura do Estado, proporcionou a gravação do CD "O Som do meu Cariri", lançado no ano passado.

As composições de músicos como Abidoral Jamacaru, Alemberg Quindins, Ermano Morais, Maurício Jorge, Auci Ventura e Fábio Carneirinho, são interpretadas ao doce som das flautas.

Além dos ganhos das crianças em poder crescer integradas à canção, a arte do Cariri agradece aos pequenos talentos, que têm sido atores principais de um processo de transformação para educação musical.

Tragédias de libertação

Com o olhar voltado para as sutilezas de pequenas tragédias cotidianas, o cearense Sidney Rocha venceu o Prêmio Jabuti 2012 na categoria contos e crônicas com o livro O Destino das Metáforas. A publicação está sendo traduzida para o alemão e será lançada em Frankfurt.


Foi com vontade de “reinventar o mundo” que, na década de 1980, Sidney Rocha deixou seu amado berço para conquistar terras mais distantes. Por vezes, chegou a julgá-las impossíveis. O jovem de outrora, natural de Juazeiro do Norte, hoje vive divido entre São Paulo e Pernambuco. Quase trinta anos depois da migração, mesmo exibindo alguns grisalhos fios de cabelo, não deixou morrer sua ânsia por liberdade, conquistada através das palavras.

Na última semana, foram anunciados os vencedores da edição 2012 do Prêmio Jabuti. Sidney foi o vencedor na categoria contos e crônicas com o livro O Destino das Metáforas, publicado em 2011 pela Iluminuras. Além do prêmio, a obra também está sendo traduzida para o alemão pela professora portuguesa Luisa Costa Hölzl, e será lançada durante a Feira do Livro de Frankfurt, em 2013.
A obra de Sidney é para quem aprecia os contrastes da vida, os sofrimentos e as belezas das pequenas tragédias do dia-a-dia. São histórias curtas, que emanam liberdade e, por vezes, parecem até roteiros de cinema. “A frustração, a vingança, o desejo de fuga e muito mais do turbilhão de emoção e fantasia do nosso tempo, estão aí queimando nas páginas deste livro de anti-ajuda”, adianta o prefácio, assinado por Mário Hélio.
Crescido num espaço onde mal havia biblioteca, o escritor valorizava os livros como bens preciosíssimos. Na época, Sidney se reunia com os amigos em conspirações juvenis, onde planejava seus protestos de militância esquerdista, e comungava com seus pares as poucas obras literárias que lhe eram possíveis. “Sabíamos que havia o mundo lá fora, mas parecia que ele não era pra nós, e era preciso atuar na realidade possível: nossa aldeia. Estávamos encarcerados”, lembra.
Mesmo com toda sua paixão pela cultura popular e pelas peculiaridades das suas terras, Sidney decidiu sair do Cariri para fazer faculdade em Recife, onde seus sonhos começaram a virar realidade. “Saí do Ceará para estudar Psicologia. E o Recife tinha uma atmosfera cultural importante na época. Em 1985, ganhei o Prêmio Osman Lins de Melhor Romance, com Sofia, uma ventania para dentro”, destaca.
Modesto e sem rabo preso, Sidney acredita que o Jabuti é apenas um reconhecimento ao seu trabalho. O prêmio de R$ 3.500 certamente é pouco diante da sua obra, mas, para ele, o que mais importa é a promoção da literatura brasileira e o estímulo ao hábito de ler. “Prêmios têm uma única aplicação prática: promover a leitura da obra do autor. É preciso estimular especialmente a leitura no Brasil. Ao escritor, resta somente uma obrigação: escrever bem. E escrever hoje melhor que ontem”, frisa.
Da primeira publicação, um pequeno cordel escrito ainda no Cariri de 1972, até os dias atuais, são vários livros lançados. Dentre suas principais obras, estão o livro de poesias Mais que o Rei, de 1991 e o romance Matriuska, de 2009. Além dos contos, poesias e romances, seus escritos também perpassam pelos roteiros para TV e Cinema. “Faço uma literatura de possibilidades e se algo difere entre o meu trabalho e o sonho de uma criança ou a imaginação de um drogado ou a experiência de um homem comum, a diferença está somente na forma”, disse ele certa vez em entrevista ao site literário Verbo 21.
Cearensidades
Mesmo estando distante do Estado, Sidney não deixa de acompanhar a produção local. “Há escritores no Ceará que merecem ser lidos pra recuperarmos décadas perdidas”. Ele faz questão de elencar autores e obras cearenses que influenciaram sua trajetória. Entre os nomes citados, estão Marco Leonel, seu conterrâneo que “é excelente poeta”. Outra referência é Anchieta Mendes, que escreveu Círculo de giz; e Lupeu Lacerda, com Entre o Alho e o Sal. 
 
Sidney também destaca a produção literária de Fanka Santos, Gilmar de Carvalho, Rosemberg Cariry, Stenio Diniz e Pedro Salgueiro. Ele frisa nomes de jornada compartilhada, como Ronaldo Correia de Brito, Xico Sá e Samarone Lima, “cearenses que escolheram também o Recife para viver”.
Sobre os novos autores, aos poucos Sidney, vem tentando se atualizar. “Estou tomando conhecimento de uma cena literária bem atuante no Estado e venho buscando conhecer melhor”, afirma.


Carlos Drummond de Andrade: Quando o poeta brinca de viver

Para quem conseguia chegar perto, ele afirmava que não era bicho-do-mato, urso, ariranha. Um dia, porém, o gerente da livraria da Rua Vinícius de Morais, então Rua Montenegro, Rio de Janeiro, perguntou-lhe: "O sr. não é Drummond?" Ele respondeu: "Não, sou parecido".
Detalhe da página do Jornal O POVO, publicada em 29/02/2000


Aos 83 anos, lançando dois livros, "O Observador no Escritório" e "A História de Dois Amores", dedicado ao público infantil, Carlos drummond de Andrade é um homem bem-humorado, sem "nenhum sentido de propriedade" e que não faz planos para o futuro. "Quero preparar meu jazigo no São João Batista".
Quarenta livros publicados, escreve desde criança, "começei com aquele negócio que as professoras chamam de redação, quando estava na escola pública. Me disseram que tinha jeito e fiquei estimulado", mas acredita que sua verdadeira profissão é o jornalismo. poeta maior é título que odeia e acha que sua literatura "não tem visão universal, maior. essa sim transforma o autor num Cervantes ou dante. eu escrevo sobre mim mesmo e isto não traz grandeza alguma".

- Poeta; sua primeira fase foi centrada em si mesmo. Depois sua visão de mundo foi se universalizando, a partir de "Rosa do povo". Como aconteceu essa modificação?

- A primeira fase foi egoísta, normal em todo mundo. Quando começamos a viver, achamos que o mundo está concentrado em nós, que somos o ser mais importante do Universo. mais tarde, vemos que não significamos apenas uma partícula infinitesimal de tudo que acontece. para isso é necessário viver, aprender, chocar-se com mas coisas exteriores do mundo. Assim, você começa a sentir a relatividade de sua importância. o homem é apenas um dos inúmeros animais que provocam a terra, apenas dotado de mais sensibilidade e condição de compreensão, mas nossa importância é a mesma de um cachorro, pombo ou qualquer outro bicho. Todos estamos solidários no ofício de viver e é por isso que acredito que a morte de um animal deveria afetar da mesma forma que o desaparecimento de um ser humano.

- Como o senhor chegou a essa concepção universalista?

- Emocional. as pessoas racionais existem em pequeno número e são muito antipáticas. Quem vive guiado pela razão e inteligência não tem humanidade. veja, no momento estão celebrando a morte de um grande poeta nacional, o português Fernando pessoa e todos estão babando. Mas o Luís de Camões, que escreveu poemas que não perderam a atualidade? Colocam o Fernando discutindo aquele negócio de heteromismo, fragmentando sua personalidade. Camões não, ele é homem de nosso tempo, sofreu, foi pobre, banido, naufragou, viveu a vida. enquanto isso, Pessoa vivia num pequeno escritório, era guarda-livros, correspondente musical, essas coisas. para mim, a razão não prima sobre o sentimento, muito ao contrário. Por isso considero Camões o grande amoroso da língua portuguesa, cheio de sentimentos de amor - correspondidos ou não. E isso está registrado em seus admiráveis sonetos.

- Então o senhor não gosta de Pessoa?

- Tenho a maior admiração por ele, mas é um tipo de poeta que não me provoca reação profunda. Diante dele, estou raciocinando, vendo a sutileza de sua inteligência e não a profundidade de coração.

- Poeta, o amor move o mundo?

- Sem dúvida alguma. Ele é cheio de nuances, e é comum amarmos a quem não nos quer enquanto essa pessoa deseja outra que, por sua vez ama uma terceira. é uma espécie de ciranda, cantiga de roda. Amar é inexplicável e Proust, em "À sombra das Raparigas em Flor" disse, a propósito da mulher que tinha amado: "e dizer-se que a grande paixão de minha vida foi por uma mulher que nem sequer era meu tipo. esse desencontro é muito comum".

- E casamento?

- O primeiro e o segundo não dão certo. Só o terceiro. Veja o Vinícius de Morais que casava muitas vezes porque, a cada união, se juntava a ilusão de certa eternidade. Então, quando ele apresentava a nova mulher, dizia: "vou apresentar minha viúva", pois tinha certeza que ficaria com ela até morrer. Dois anos depois Vinícius estava com outra viúva. Amar é a coisa mais importante da vida e quantos magnatas, cheios de dinheiro, sofrem por amor? De repente, uma mulher entra em suas vidas e estraçalham com tudo. Mesmo que na prática não se saiba bem como ao licar esse sentimento , a idéia do amor é a mais pura e elevada possível. A eternidade do amor é que é outro problema, como dizia Vinícius: "que seja infinito enquanto dure". Não, sou um poeta limitado e acho que o assunto de minha obra sou eu e isso não é bom, pois um grande poeta - como é o caso de Dante - não colocou seu nome na obra, não se considerou o bastante para colocar o pronome eu. O que descreve não é sua vida particular e "Divina Comédia" é, na realidade, um espetáculo cósmico. cervantes também não colocou sua vida no Dom Quixote e os grandes escritores têm os olhos voltados para o mundo. No meu caso não pertenço a uma tradição lírica portuguesa e brasileira limitada.

- Mas as pessoas se emocionam com sua obra. Então ela não seria tão individualista?

- É verdade que, falando destes probleminhas individuais, todo elogio que posso receber é de alguém dizendo que entrava numa fossa muito grande, leu minha poesia e melhorou, porque sentiu que eu tinha expressado uma situação existencial de dor, angústia e carência pela qual estava passando naquele momento, na verdade em que canta seu próprio umbigo. Isso é pouco. Ver através de minha ótica e por ela enxergar a dor que sinto, o sofrimento tão característico do lírico. Se conseguisse transceder o que penso, passando para uma visão geral do mundo, aí sim.

- O que é poesia?

- A verdadeira poesia me parece impessoal e está acima das dores individuais de quem as escreve.

- O senhor é chamado de "poeta maior" e tem horror a esse título. Por quê? 

- não sou poeta maior coisa nenhuma e quem me chama assim deve ser pelo fato de eu ainda estar vivo, escrevendo, enquanto, outros já morreram. Deve pensar: puxa, este cara não pára. Não existe poeta maior, mas poeta, e, no Brasil, tivemos Gonçalves Dias, Olavo Bilac, Manuel Bandeira, raimundo Correia e Augusto dos Anjos, que é extraordinário. Há algo de universal, geral em sua obra, que é superior a dor de barriga. Uma visão de mundo, sentimento de Deus, beleza da vida e da arte. e isto transcede as misérias de nosso corpo. No meu caso, isto não aparece. Quantas vezes usei o pronome eu?

- Então quem é, verdadeiramente, poeta?

- Ele não tem identidade, é voz do mundo e não aparece em qualquer momento, mas de longe em longe.

- E sua prosa?

- Ela é profissional, fui jornalista a vida inteira. uma vez ou outra tentei fazer uns contos, no Jornal do Brasil, mas não me considero contista. Eu era cronista, de vez em quando achava sem graça ficar dando opinião sobre as coisas e então colocava um verso. noutras, um pensamento e noutras ainda, uma historinha para me divertir e dar ao público uma impressão de variedade. Como divertiu alguns leitores, achei que podia colocar um livro. "Contos Plausíveis" não tem base na realidade, quase todas as histórias são surrealistas. A gente abre um jornal e vê terremotos, seqüestros, tragédias. Torna-se, então, necessário, procurar a história de um gatinho que apareceu criado por uma cadela, para mostrar que o mundo não é só horror e uma plantinha pode se transformar em florzinha amarela. Essa é a função da crônica. Para discutir política ou economia há cronistas especializados, com páginas inteiras. Vamos, então, ficar na brincadeira para que, ao final da manhã, você consiga despertar um sorriso de satisfação em alguém. Isto é o máximo, e fico satisfeito de saber que alguém disse: "você viu o que o Drummond falou?" 

- Qual é a sua visão do mundo?

- Metade lúgubre e metade risonha. 'E terrível dizer, mas à custa de guerras, surgiu a penicilina, o antibiótico. Então, ficamos obrigados a reconhecer que o mundo melhorou sob alguns aspectos e não vai acabar. A ciência ainda está no início de certos conhecimentos, mas vai chegar o dia em que haverá até agência de turismo para nos levar à lua.

- E "Observador no Escritório"?

- Tem partes de um diário que parei de escrever porque não considerei importante. Ia rasgar, mas, na hora, vi coisas que poderiam interessar à vida literária e política, pois eram épocas em que estávamos cultivando ilusões como agora: Constituinte, Democracia, Brasil melhor. As ilusões fracassaram, exatamente como está acontecendo agora.




Festival de Cinema NÓIA abre inscrições

O Festival Brasileiro de Cinema Universitário NÓIA abre inscrições para pessoas que quiserem participar da mostra de cinema universitário. As inscrições podem ser feitas até o dia dois de novembro. O festival universitário ocorre entre os dias 11 e 15 de dezembro, no Shopping Benfica, em Fortaleza.
A inscrições são gratuitas e podem participar estudantes de Instituição de Ensino Superior de Graduação e Tecnólogico e de escolas de audiovisual regularmente matriculados no período de realização da obra audiovisual. Os curtas devem ter sido realizados no período entre Janeiro de 2011 e Outubro de 2012 e ter duração máxima de 20 minutos.
Podem participar produções nas categorias ficção, documentário, animação e experimental. Cada estudante poderá inscrever até dois trabalhos. Além da Mostra de Cinema, serão oferecidas oficinas na Vila das Artes.
Os interessados devem acessar o site do evento (http://www.festivalnoia2012.blogspot.com.br/) e realizar a inscrição.

Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2012/10/festival-de-cinema-noia-abre-inscricoes-para-mostra-de-cinema.html

Encontro para empresários


O objetivo é reunir profissional e estudante para tratar sobre as vendas de fim do ano e fidelização do cliente

Os novos empreendedores do mercado caririense buscam fortalecimento para atuação. Com esse objetivo, será realizado o 2º encontro de Jovens Empresários de Juazeiro do Norte. O evento, promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) jovem será realizado a partir das 19 horas de hoje, no Verdes Vales Lazer Hotel, onde estarão reunidos 300 profissionais e estudantes para tratar sobre as vendas de fim do ano e, ainda, a fidelização do cliente.

As inscrições para o encontro estão sendo realizadas na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Juazeiro, no valor de R$ 30,00. Os organizadores destacam a importância dos interessados efetuarem as inscrições antes, e garantir a participação. Para a presidente da CDL Jovem, Ciléia Callou, a realização de eventos dessa natureza garante novos ambientes de capacitação e proporciona discussões dentro de uma nova realidade de mercado, na qual se está vivenciando na região do Cariri, com novos parâmetros de desenvolvimento e modernização.

Ela destaca a importância do aperfeiçoamento dos novos empresários, mesmo que isso implique numa mudança cultural. "Há uma certa resistência às mudanças, mas, o Cariri, de uma forma geral, está atravessando uma etapa de desenvolvimento que requer também um novo pensar, dentro dessa realidade", diz. De acordo com a presidente da CDL jovem, essas mudanças requerem tempo, já que alguns novos empresários resistem e ainda desejam manter os mesmos padrões de trabalho, muitas vezes adotados pelas famílias que estão à frente de empresas.

Troca

A Proposta da CDL Jovem, segundo ela, é proporcionar condições de abertura, troca de experiências. Além do encontro, haverá, na quinta-feira da próxima semana, a continuidade de um projeto de diálogo com os jovens empresários e os mais experientes profissionais da área, para discussões e troca de saberes. Esse projeto tem à frente Marília Salcionni.

De acordo com Ciléia, esses encontros convertem-se em bate-papos, com temáticas que normalmente não são discutidas no dia a dia, mas necessárias para se compreender o momento atual da cidade. Exemplo disso é a própria Juazeiro. No próximo evento, será priorizado o tema voltado para o crescimento da terra do Padre Cícero. Na reunião serão apresentados os aspectos positivos e os negativos desse desenvolvimento, dentro de uma visão de mercado. "Esse projeto nasceu da dificuldade que as pessoas sentiam de poder conversar sobre esses assuntos, possibilitando que novas propostas sejam lançadas", afirma.

O primeiro palestrante da noite de hoje será o consultor de empresas do Sebrae, Francílio Dourado. Ele fará uma abordagem sobre "Como otimizar sua Gestão para Fidelizar Clientes". Em seguida, participa das discussões o professor Aldenor Vaz Jr., com uma abordagem sobre "Desenvolvimento Pessoal em Vendas". A CDL Jovem de Juazeiro do Norte foi a primeira criada no interior do Estado.

A diretoria é composta de nove membros, que permanecem à frente da entidade lojista até o ano de 2014. São mais de 70 em todo o Brasil. Os jovens que compõem a entidade lojista têm entre 18 a 38 anos. A proposta é que novos eventos do gênero sejam criados na região, e mais especificamente na cidade juazeirense. Segundo Ciléia é ascendente o número de jovens empresários no mercado, principalmente, nos últimos dois anos.

A entidade congrega 15 filiados e foi fundada em 26 de junho de 2012, dia da eleição da atual diretoria.