"Olhares em Foco"


Cerca de 30 jovens de comunidades carentes da cidade de Barbalha estão envolvidos em um ação que, através da fotografia, estimula o censo crítico sobre as mazelas sociais, direitos e deveres e identidade. O projeto "Olhares em Foco", promovido pela Child Fund, instituição internacional que dispõe de fundos destinados a crianças e adolescentes em situação de pobreza em todo o mundo, também está acontecendo simultaneamente em Aquiraz, Fortaleza e em outras localidades do Estado de Minas Gerais. Em Barbalha, os participantes fotografam locais, objetos e pessoas inseridas no contexto coletivo em que convivem.


Os temas relacionados à ética, cotidiano, cultura local e relações interpessoais são os mais frequentes. Diferentemente das outras propostas, os jovens direcionaram seus olhares de forma mais aprofundada e estão criando projetos autorais.


Até agora, a maior crítica é sobre a conservação do patrimônio histórico e artístico da cidade. Além das questões de acessibilidade, que revelam a preocupação dos jovens quanto aos problemas sociais, por meio de uma estética que se aproxima da fotografia na arte.



Para ampliar as temáticas e relacionar os participantes com outros cenários sociais, a ação está oferecendo viagens para outras cidades, como é o caso de Santana do Cariri e Nova Olinda. As oficinas acontecem até o próximo dia 28. Pioneiro, o projeto Olhares em Foco recebeu a adesão das famílias dos jovens participantes. No momento, estão sendo feitas as saídas fotográficas nas ruas da cidade.

Para distribuir as fotografias e trocar conhecimentos sobre as técnicas fotográficas, os jovens utilizam as redes sociais. A ferramenta está possibilitando a interação com grupos de oficinas de Fortaleza, Aquiraz e Minas Gerais. No Ceará, são cerca de 90 participantes.

Após essa etapa, os instrutores darão início aos processos de seleção e edição das fotografias, que irão compor a exposição "Olhares em Foco". A mostra local deverá acontecer no mês de outubro, e vai circular pelas três instituições parceiras, a Sociedade de Educação e Saúde à família (Sesfa), Sociedade de Benefício a Família (Sobef) e Sociedade de Apoio à Família (Soafa) e por galerias da região. Em um segundo momento, com a curadoria do renomado fotógrafo João Kulcsar, as imagens vão ser expostas nacionalmente. O plano é montar uma exibição pública que culminará com a junção de todos os grupos que compartilharam a experiência. A previsão é que os cliques sejam apresentados no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Belo Horizonte.

Segundo o instrutor Flanklin Roosewelt Menezes de Lacerda, o "Olhares em Foco" aguça o conhecimento e revela o perfil reflexivo de cada jovem. "Essa é uma ação extremamente eficiente. Hoje, a fotografia está presente na vida desses jovens e demonstra as impressões deles sobre o que está ao seu entorno", revela, dizendo que a fotografia digital é uma linguagem fácil de ser trabalhada, já que permite o imediatismo do resultado.

Na produção das imagens, os jovens estão utilizando equipamentos semiprofissionais, doados por padrinhos estrangeiros. Todas as práticas são procedidas de debates sobre as imagens, onde os fotógrafos vão buscá-las através de técnicas e poéticas.

Já na edição, os jovens analisam o enquadramento, ângulos, foco e o motivo do clique. A produção atende aos critérios estéticos de avaliação das fotografias. Elas suprem as deficiências da oralidade e acabam trazendo à tona os desejos de mudança da realidade.


Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1183647

Clube do Leitor destaca a literatura de humor

A produção que vicejou mesmo nos momentos históricos mais sombrios: a literatura de humor. A capacidade de rir tem se mostrado indispensável à sobrevivência da espécie, principalmente neste conturbado início de século. Ria com textos zombeteiros em narrativas informais e despidas de solenidade. Divirta-se com os livros! (sinopse da divulgação do evento)

Clube do Leitor do CCBNB
Entre Livros e Risos
Facilitadora: Fabiana Vieira
Produção/Mediação: Paula Izabela
Coordenação: Maria Isabel Leal
Sexta-feira, 21 de setembro de 2012, 17h30
No Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri (Juazeiro do Norte-CE)
Entrada gratuita.

Fonte: http://oberronet.blogspot.com.br/2012/09/clube-do-leitor-do-mes-de-setembro.html

Tradição das 'incelenças' é perpetuada por mulheres no Ceará


'Incelença' é a ala feminina dos penitentes que existe desde o século 19.
Família segue à risca a tradição, com a avó, mãe e filha.


Três mulheres da mesma família, ligadas pelo sangue e pela fé levam adiante rituais religiosos que nasceram no século 19 e são chamadas de 'incelenças', na comunidade de Cabeceiras, em Barbalha, a 580 km de Fortaleza.
Para conhecer a história delas é preciso voltar ao passado. Tudo começou com o padre Ibiapina, no século 19, que trouxe penitentes da Europa para catequizar os índios do Cariri, Sul do Ceará. Os penitentes eram religiosos que há até pouco tempo se autoflagelavam para livrar a alma dos pecados. Com o passar do tempo, as mulheres, que antes eram limitadas a cantar em velórios, passaram a levar adiante a tradição dos penitentes na região.
Família segue a traição
 
Na comunidade de Cabeceiras, avó, mãe e filha mantêm a tradição das "incelença" - ou ''excelência'', na língua culta - na ala feminina dos penitentes. Dona Francisca é a mais velha do grupo e segue à risca a tradição. Ela é incelença desde os oito anos. “Nós todas somos incelença. Assim antigamente não tinha essa história de grupo. Nos encontrávamosrezávamos juntas, mas depois é que veio esse nome”, disse.

Sua filha, Sueli Matos, de 31 anos tem a responsabilidade de liderar o grupo e entrou ainda criança, aos nove anos de idade. “Nós tínhamos mais emoção. Nós estávamos ali juntas todo o tempo. Cantando com a nossa alma, coração mesmo, com humildade e hoje é mais para mostrar a nossa cultura. Para não deixar morrer”, afirmou.
O jovem Henrili, de 12 anos, conhece bem a tradição e já é penitente. Quando crescer, ele espera passar a história da família para os filhos e netos. “Eu também quero seguir essa tradição. Quando eu tiver um filho, quero passar a tradição para ele. E quem sabe para os meus netos”, disse.

Admiração

A historiadora Celene Queiroz acompanha o trabalho delas pelo menos três décadas. “Me aprofundei nos estudos e cheguei à conclusão que elas tinham a missão delas. Do mesmo jeito que os penitentes andam com a cruz, elas andam com o anjo, que simboliza a pureza, a vingidade", explica.




O Nordeste em fúria




Historiador Ângelo Osmiro Barreto reconstitui episódios da história do cangaço, para além de Lampião

Durante a pesquisa para a construção do livro, o autor foi alvo de críticas vindas tanto de amigos quanto de membros da academia: "A violência com certeza é inerente ao cangaço, naquele período a lei do mais forte imperava"
Nem só de Lampião se fez o cangaço. Foi dessa premissa que partiu o historiador Ângelo Osmiro Barreto para escrever o livro "Assim era Lampião e outras histórias", cujo lançamento acontece hoje à noite. A partir de pesquisa bibliográfica e de campo, Barreto percorre o rico universo do sertão nordestino entre meados do século 19 até os anos 1930 - período em que a região padeceu sob os conflitos entre coronéis e cangaceiros, alimentados pela ausência do poder público.

A delimitação temporal adotada por Barreto toma como referência, em parte, a morte de Lampião, assassinado junto com integrantes do seu bando em 1938, em uma fazenda no sertão de Sergipe. "Embora não tenha sido o único personagem do cangaço, é um dos principais, o que mais percorreu Estados e que, por isso, o que mais deixou miséria pelo que fez", justifica o historiador.

O raciocínio de Barreto vai na contramão da romantização empreendida por muitos dos produtos culturais sobre o cangaço - desde músicas até filmes, livros, cordéis e outros. "Lampião não foi um herói que lutou contra os coronéis, assim como nenhum outro cangaceiro", frisa ele.

No texto de abertura do livro, o autor complementa a argumentação: "A violência com certeza é inerente ao cangaço, naquele período a lei do mais forte imperava, onde o Estado pouco ou nada contribuía para a melhoria de vida das pessoas, o poder do coronel representado pelo tamanho de suas terras e o número de seus jagunços era de fato a lei".

Exatamente pelo fator da violência, Barreto acredita serem importantes as pesquisas sobre o cangaço - tema que precisou justificar repetidas vezes frente aos olhares e comentários de desmerecimento lançados por alguns amigos e até por colegas acadêmicos.

Para ele, no entanto, pesquisar o cangaço não significa endossar, mascarar ou romantizar a violência característica desse universo. "Deve-se estudar o cangaço assim como outros períodos e episódios de nossa história, que nos ajudam a entender o Nordeste e o Brasil. Ao mesmo tempo, as pesquisas permitem corrigir as distorções sobre as figuras desse universo, a exemplo do ´heroísmo´. Por fim, entender o cangaço ajuda a evitar que se cometam os mesmos erros", explica.

A paixão pelo cangaço vem desde a adolescência, graças, em parte, à coleção de livros formada em casa pelo pai professor - entre eles, alguns volumes sobre o tema. "Depois de me afastar por um tempo, retomei as leituras sobre o assunto e me interessei em conhecer os locais onde ocorreram os episódios", conta.

Foi essa paixão que levou Barreto à presidência do Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará (GECC); antes, também foi presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC).

Mais informações
Lançamento do livro "Assim era Lampião e outras histórias" - hoje, às 19h30, no auditório da EngExata Engenharia (R. Joaquim Nabuco, 1950, Aldeota). Aberto ao público. Contato: (85) 3133.8855
LIVRO

Assim era Lampião e

outras histórias

Ângelo Osmiro Barreto

LC Gráfica e Editora

2012, 238 páginas

R$ 30










VI Mostra da Canção Brasileira Independente no Cariri

Em homenagem ao artista independente, o Centro Cultural Banco do Nordeste apresenta a VI Mostra da Canção Brasileira Independente, reunindo 13 grupos musicais advindos dos nove estados nordestinos. Além de atrações do Pará, Espírito Santo e São Paulo, a Mostra contará ainda com a realização de oficinas de formação e intervenções artísticas e lançamento de livro. (apresentação da produção do evento)

VI Mostra da Canção Brasileira Independente
De 18 a 30 de setembro de 2012. Entrada gratuita.

Programação CCBNB Cariri:

Terça-feira, dia 18 de setembro, 19h30Nathalia Ferro (MA)

Quinta-feira, 20 de setembro, 19h30
Paulo Matricó (PE)

Sexta-feira, 21 de setembro
19h:
 Lysia Condé (RN)
20h20: Maglore (BA)

Sábado, 22 de setembro
19h:
 Luciano Brayner (CE)
20h20: Vavá Ribeiro (PI)

Terça-feira, 25 de setembro, 19h30
Rio Sou Francisco - Lançamento do Livro com Chico César (PB)

Quarta-feira, 26 de setembro, 19h30
The Bagios (SE)

Quinta-feira, 27 de setembro, 19h30
Eek (AL)

Sexta-feira, 28 de setembro, 19h30
Fepaschoal (ES)

Sábado, 29 de setembro
19h:
 O Jardim das Horas (CE)
20h20: Léo Cavalcanti (SP)

Fonte: http://oberronet.blogspot.com.br/2012/09/vi-mostra-da-cancao-brasileira.html

Biblioteca pública e livrarias atraem leitores no Interior


Os livros de autoajuda, literatura brasileira, estrangeira e ficção estão entre os mais comercializados na cidade, mas a clientela universitária tem sido crescente nos últimos anos Fotos: ELIZÂNGELA SANTOS




O universo da leitura não anda tão solitário no Interior. Apesar de pouco frequentadas, as bibliotecas públicas ainda são atrativas para o leitor. O público, em alguns casos, pode até ter ser um pouco diferenciado, mas, novas iniciativas, com melhor infraestrutura e renovação de acervo, seja por meio de projetos ou doações de apaixonados pelo conhecimento, têm contribuído para o crescimento das salas de leitura na região do Cariri, em função da criação de espaços em localidades carentes.

Em Juazeiro do Norte, a Biblioteca Pública Municipal Possidônio Silva Bem foi criada em 1975. O acervo atual pode não parecer tão numeroso, mas tem sido um grande atrativo para estudantes de escolas públicas e interessados em fazer concursos. Segundo a diretora do espaço, a bibliotecária Kátissa Galgania Feitosa Coutinho, são cerca de 900 visitantes por mês.

Com uma grande quantidade de livros vindos de Brasília, doados no ano passado, o acervo passou por uma pequena renovação, principalmente, na parte de literatura brasileira.

A bibliotecária reorganizou o espaço e mais livros foram adquiridos. Só que as prateleiras para colocar as obras ainda está em falta, e todos os 907 livros adquiridos com recursos do Ministério da Cultura estão em caixas, na sala de Kátissa Coutinho. Uma quantia de R$ 8 mil foi aprovada, por meio de edital, para a compra do acervo. São quase dois mil novos livros adquiridos. As novas edições fazem parte da lista da Biblioteca Nacional.

Para a diretora, mesmo com a concorrência dos equipamentos eletrônicos, não há nada que substitua um livro e uma boa leitura, num local adequado, onde há a oportunidade de contemplação e de manuseio das obras. Porém, admite que as bibliotecas são espaços pouco frequentados. Ela constata que deveria haver uma divulgação maior por parte das escolas, além de projetos de incentivo à leitura. 

Expansão

A expansão para os bairros, principalmente, os mais carentes, tem sido uma meta em Juazeiro, por meio da iniciativa do secretário adjunto de Cultura, Franco Barbosa, que coordenou a criação das bibliotecas comunitárias. As doações foram realizadas pelo cearense Elmano Rodrigues Pinheiro, por meio do projeto Padarias Espirituais. Cada espaço pode armazenar aproximadamente 3 mil livros.

O empréstimo de livros na Biblioteca Pública, em Juazeiro, acontece de forma gratuita, por um prazo de até 15 dias. A maior parte emprestada é de Literatura. "Temos recebido um grande público de estudantes universitários que vêm realizar pesquisas e também estudar para concursos", diz Kátissa.

Livrarias

Por outro lado, por não ser um produto acessível à maioria das pessoas, o custo financeiro das editoras acaba afastando das livrarias muitos leitores ávidos. A vendedora Regilânia Vieira dos Santos, da Nobel, no Cariri Garden Shopping, em Juazeiro do Norte, afirma que o livro passa a ser um bem de consumo de alto custo para muitas pessoas, um produto não tão fácil de ser comercializado, por se requerer cuidados especiais, além de ter um público específico.

Os livros de autoajuda, literatura brasileira, estrangeira e ficção estão entre os mais comercializados, mas a clientela universitária tem sido crescente nos últimos anos. A vendedora avalia um crescimento anual das vendas em torno de 5%.

Variedade
Em mais de 13 anos, a livraria onde pode ser encontrado um dos acervos mais atualizados na região é praticamente a única a oferecer uma maior variedade de obras. De lá para cá, foi inaugurada apenas uma filial, no Crato. As poucas livrarias praticamente se restringem ao comércio de livros didáticos e de autoajuda. Os sebos da região também são opções para a compra de edições mais em conta.

Na cidade do Crato, a Biblioteca Municipal, mesmo com uma infraestrutura das melhores da região, espaço climatizado e prédio moderno, está com um acervo necessitando de renovação. Contudo, segundo funcionários da repartição, os usuários ainda estão se acostumando com o novo local, na área da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA).

Mais informações:
Biblioteca Pública Municipal
Rua Santo Agostinho, S/N, Centro
Juazeiro do Norte/CE
Telefones: (88) 3512.3380/
(88) 3511. 1999