Parceiros do NEPOCS | A ONG Juriti é fundo de reportagem da rede Globo













A equipe da Rede Globo concluiu filmagens e tomadas de depoimentos sobre os projetos sociais da ONG Instituto de Ecocidadania Juriti que reúnem cerca de 120 crianças em Juazeiro do Norte. O trabalho será transformado em uma matéria para o programa Ação Global apresentado por Serginho Groisman aos sábados. Além dos cinegrafistas, a repórter Aline Almeida veio pessoalmente produzir a reportagem que deve ir ao ar em três semanas.
O grupo desembarcou segunda-feira no Aeroporto Regional do Cariri e retorna à São Paulo na tarde de hoje. A coordenadora da ONG Juriti, Ana Cristina Diogo, disse que o interesse da Globo surgiu a partir do que viram no site da Organização Não Governamental (http://www.juriti.org.br/). Os produtores do programa Ação Global analisaram os projetos desenvolvidos em Juazeiro, mantiveram contatos e se interessaram por produzir matéria sobre o tema.
Um deles é o "Expresso Digital" que funciona em um ônibus e se constitui numa ilha digital itinerante na qual muitas crianças e idosos tem a oportunidade de pegar pela primeira vez em um computador. Participam de cursos de informática e ainda transformam velhos computadores em peças de artes e brinquedos. O ônibus percorre os diferentes bairros de Juazeiro para despertar o interesse pela informática. Atualmente, encontra-se em frente ao Memorial por conta da Semana do Padre Cícero.
Outro projeto é o "Circo Escola de Ecocidadania" que Cristina aponta orgulhosamente como o primeiro circo de concreto do Brasil. Segundo ela, falta apenas o telhado de alumínio que é caro, pois são 1.800 telhas. O circo está sendo construído no Conjunto Almino Loiola e já conquistou prêmios. No ano passado foi escolhido pelo Banco Itaú que apoiou a implantação do Centro de Referência em Educação Ambiental no mesmo conjunto.
Existe ainda a campanha "Me Dê Seu Lixo" que percorre escolas, entidades e associações com o objetivo de sensibilizar alunos a colocarem lixo no lugar certo. Esse trabalho se dá por meio de músicas, revistinhas, dramatizações e desenho animado. A Globo vai mostrar, também, o projeto "Histórias em Retalhos" que é vinculado a ponto de cultura e ostenta caráter pedagógico junto aos alunos da Escola Dom Vicente. Por meio dele, mestres da cultura recontam a história de Juazeiro em bordados e pedaços de panos a partir de sobras de retalhos.
A coordenadora Cristina Diogo não esconde a alegria assegurando que os repórteres gostaram do que viram em termos de protagonismo juvenil. Ela explicou que os gestores são jovens e ex-alunos que começaram na ONG e já respondem por novo modelo de gestão fazendo a diferença. Atualmente, o cineasta Jeferson Albuquerque ministra oficina de vídeos para crianças a fim de que produzam filmes a exemplo da "Catadora de Pequi", que filmaram em Crato.
No momento, as crianças estão produzindo um programa de Televisão denominado "Os Sonhadores" que vai se inscrever para participar de prêmio da TV Futura. De acordo com ela, o enredo trata de crianças que sonharam uma vida melhor. Um deles é oriundo da própria ONG Juriti no caso Sandro que, atualmente, encontra-se no Canadá estudando na escola de Circo Montreal.



Dar a César o que é de César
Fonte: http://www.miseria.com.br/

A Imagem e Semelhança de Deus | 19 de Março - Dia do Artesão


E o dia 19 de março é dia em que o nordestino pede, suplica, espera que a chuva caia como presente e bom presságio. É dia de São José, padroeiro de carpinteiros, marceneiros e artesãos. Gente de mãos habilidosas, capazes de "tirar" dos mais diferentes tipos de material, formas que preenchem o mundo com sensibilidade e inspiração. Em Juazeiro, esses "inspirados" fazem da casa e da rua, suas oficinas. Fazem de lugares como o Centro de Cultura Popular Mestre Noza, local de encontro de uma gente que resiste e persiste. Ofício, "gosto", muitas vezes passado de pai para filho. Para muitos, fonte de sustento, vida de peleja, às vezes inglória. Mas é essa força delicada que fazem "mortais", como nós, pensarmos que, se foi pela necessidade que fez o homem aprender a modelar, esculpir e forjar, foi pelo gosto de criar que ele fez da técnica instrumento de construção do belo.
A todos os artesãos, o nosso singelo reconhecimento.


Memórias no Plural | Paixões Mnemônicas *

"Quanto mais as sociedades inovam e progridem técnica e cientificamente, quanto mais se globalizam, maior é a necessidade comunitária de retorno às origens, maior é o desejo de registros das memórias coletivas, enfim, de uma reconstrução de subjetividades e da reconstituição das diversas representações da realidade. Pesquisar a memória significaria interpretá-la através de objetos, imagens e relatos, ma a memória não é estoque. Ela é um eterno jogo, uma permanente (re)construção (LEITÃO, 2001, p. 14)."


Se a memória projeta, refaz, recria, reinventa se reconstrói e ainda nos permite sobreviver ao esvaziamento e ao desconhecimento de nossa cultura, pode-se dizer que o 58º livro do professor da Universidade Federal do Ceará e pesquisador de tradições populares, Gilmar de Carvalho, Memórias de Xilogravura é uma rica possibilidade de retorno, reconstituições das representações da realidade, da vida.

Lançado hoje, dia 17 de março, na sala de Cultura Popular do Museu de Arte da UFC (Mauc), “Memórias da Xilogravura”, é fruto colhido após 24 anos. O livro começou a ser produzido em 1986, enquanto Gilmar ainda desenvolvia sua pesquisa de Mestrado. Na época, revisitou a Lira Nordestina, antiga Tipografia São Francisco, em Juazeiro do Norte, que conhecera dez anos antes.

O livro traz entrevistas com 11 xilogravuristas de reconhecida importância: Antônio Batista, Lino, Iraci, Zé Caboclo, Arlindo, Ezígio, Abraão, Stênio, Francorli, Zé Lourenço e Walderêdo, que morreu com o título de Mestre da Cultura. São relatos, paixões mnemônicas, que ganham formas quais "dedos de prosas", em que os artistas falam sobre seus trabalhos e a própria arte da xilogravura, entre outros temas. Ilustram o livro, dedicado a Damásio Paulo, um dos “maiores gravadores de todos os tempos”, xilogravuras pertencentes aos acervos do próprio autor e do Mauc.



Dar a César o que é de César: fontes e créditos

1.LEITÃO, Claúdia Sousa. Memória do comércio cearense. Rio de Janeiro, Editora SENAC, 2001. 208p.

2.Matéria veiculada pela Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC ( 85 3366 7331)

3.Foto do Professor Gilmar de Carvalho retirada do blog de Valeska Andrade

* Referência a Mnemosine ou Mnemósine uma das Titânides, filhas de Urano e Gaia e a deusa da Memória. Aquela que preserva do esquecimento. A divindade da enumeração vivificadora frente aos perigos da infinitude, frente aos perigos do esquecimento que na cosmogonia grega aparece como um rio, o Lethe, um rio a cruzar a morada dos mortos (o de "letal" esquecimento), o Tártaro, e de onde "as almas bebiam sua água quando estavam prestes a reencarnarem-se, e por isso esqueciam sua existência anterior". (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mnemosine)