Obama faz referência a cultura brasileira em seu discurso.


‘Orfeu’ e Jorge Ben Jor, citados no discurso do presidente americano, atravessam gerações

Rio - As citações da música ‘País Tropical’, de Jorge Ben Jor, e do filme ‘Orfeu Negro’, baseado na obra de Vinicius de Moraes, no discurso que Barack Obama fez no domingo à tarde foram motivo de comemoração por parte do cantor e do elenco do longa.

Foto: Divulgação
Cena do filme ‘Orfeu Negro’, de 1959, baseado na obra de Vinicius de Moraes: mãe de Obama era da produção, protagonizada por negros | Foto: Divulgação

A atriz Léa Garcia, uma das poucas integrantes ainda vivas do elenco principal de ‘Orfeu Negro’, lançado em 1959, ressaltou a importância de o presidente da nação mais rica do mundo demonstrar interesse numa produção em que atores negros são os protagonistas.


“Ele ter falado sobre o filme é uma possibilidade de influenciar os negros de uma maneira positiva. Não só para mim, mas para todos os atores, valeu a pena ter participado. Queria que nosso trabalho influenciasse outros jovens com o mesmo objetivo dele, de se tornarem líderes”, analisa Léa, que não pôde ver Obama de perto porque estava nas filmagens do longa ‘Billi Pig’, estrelado por Selton Mello e Grazi Massafera.


O presidente americano assistiu ao filme quando era criança, por influência de sua mãe, e contou à plateia que, desde então, planejava conhecer o Brasil. “Li a biografia de Obama fiquei bastante tocada com a sensibilidade da mãe dele em relação ao nosso trabalho”, comenta Léa.


Quem também se surpreendeu com a referência de Barack Obama foi a deputa federal Benedita da Silva (PT), uma das figurantes no longa dirigido pelo francês Marcel Camus. “Fiquei emocionada como fato de o filme fazer Obama ter o sonho de visitar o Brasil e, melhor ainda, de ele ter vindo já na condição de presidente”, comemora.

No elenco de ‘Orfeu Negro’ estavam moradores das comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira, onde Benedita morava. “Fui figurante nas cenas da escola de samba Capela, da qual eu era passista”, relembra.


A deputada diz que se identifica com Obama pelas origens humildes. “Ele é um homem que fala com sentimento por ter vindo de uma comunidade de trabalhadores”, analisa ela, que, depois de um café da manhã com o presidente norte-americano, ficou perto dele mais uma vez. “Tirei mil fotos dele”, confessa Benedita, que lamentou não ter conversado com Michelle Obama. “Ela é despojada, simples e bonita. Ele fez uma boa escolha”, elogia.


'Um grande abraço para Obama!’


A quase 8 mil quilômetros do Theatro Municipal, onde Barack Obama fez seu discurso no domingo, Jorge Ben Jor comemorou em Nova York o fato de ter sido lembrado pelo presidente americano, que em seu discurso, disse: “Vocês são, como Jorge Ben Jor cantou, ‘um país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza’”, citando a música ‘País Tropical’.


“Um grande abraço para o Presidente Obama! Fui mencionado hoje no discurso, Salve!”, escreveu o cantor no Twitter.


Apontado como ícone do Brasil pelo site da rede americana ‘CNN’, que recentemente elegeu os brasileiros como o povo mais ‘cool’ do mundo, o cantor Seu Jorge, fã de Ben Jor, comemorou a menção ao artista. “Achei o máximo ele citar o Ben Jor, e curioso não ter citado Tom Jobim. Sabe por quê? Obama é do gueto, baby. Vai se identificar com quem é parecido com ele. Ele disse que o Lula é o cara porque o Lula é do gueto”, discursou.

Reportagem de João Fernando e Kamille Viola

Retirado do site: http://odia.terra.com.br/portal/rio/obamanorio/html/2011/3/cultura_tipo_exportacao_152353.html

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